Tinha a Carmesita como a uma irmã. E a Don Pablo, como seu objeto de desejo do momento. Cedê-lo a ela não era a melhor definição do que deveria fazer: desde sempre, ele já era muito mais de Carmesita. Deveria, ainda que aos poucos, retirar cada pedacinho dele da lembrança, montar com eles a melhor imagem que já fizera de alguém, e entregá-lo sob a porta da casa dela, borrifado de seu perfume favorito, como um cartão de despedida. Despedida da amiga e do amante.
Ela, sua casa, muitos livros para ler e escrever, e a solidão não seria mais que uma visita inconveniente, mas breve. Todos seus relacionamentos haviam sido incomuns. Encontrar outro cheio de percalços seria só uma questão de tempo e criatividade de quem quisesse escrevê-lo.
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(porque a vida pode ser tão brega quanto uma novela mexicana)