Antiga, mas ainda válida.
Um mundo que só cabe em teu olhar...
...olhar que se pensa do tamanho do mundo!
Mira-te da última estrela, pequenos olhos
tua íris cor de terra não vale mais que ela.
Coloca-te no lugar do espinho do cacto.
Vista-te de bosque, vista-te de lago.
Onde está a cachoeira dentro de ti?
Saia de teu corpo apagado.
Sinta os vários corpos a te pisarem: agora és a rua.
Veja o caos urbano por cima, sejas poste.
Derrama-te por sobre o tato das pessoas enquanto choves.
Sejas a mosca a idolatrar restos humanos.
Esvaia-te, ó nuvem,
como o pensamento desses pobres homens enclausurados.
Quanto pode tu de tudo isso?
Quanto fala a ti teu espelho?
Ele te diz: - Ó medíocre, obedeça teus contornos!
ou te convida a mergulhar nos fluidos da vida?
Você, homem, coloca-te nas entranhas de tua mulher
e persiga nela seus passos felinos,
sua voz sibilina,
seu toque rosáceo.
Pode dividir com ela
o momento em que não és tu?
Pode colocar-te no lugar de um desconhecido
no momento em que ele chora?
Pode ter a teu lado
alguém que não te reflita apenas?
Quanto pode tu de tudo isso?
Até que ponto teu corpo está preparado
a mergulhos tão profundos?
Saia de teu corpo apagado, sinta-te a teu redor.
Colha o leite e o mel que jorram da terra,
aprendiz do ser.
Só assim saberás realmente
O que é sentir-te
humano.
Um comentário:
Fluir?
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