terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Eólika
Incrível como os aspectos ecológicos são considerados só de longe. Mas ainda assim está valendo.
(...) "- a energia eólica custa entre R$ 200 e R$ 230 por MWh produzido. Funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano, usando um combustível de custo zero (a força dos ventos). É uma energia complementar à nossa energia de base, a hidroeletricidade, e, portanto, uma necessidade absoluta, principalmente pra região Nordeste;
- a fonte eólica é competitiva no Brasil, principalmente no Nordeste. O aproveitamento de apenas 20% do potencial já identificado na região seria capaz de tornar o nordeste independente em termos energéticos, além de transformá-lo em exportador de energia para as regiões vizinhas;
- chuva e ventos têm sazonalidade complementar: quando não há chuva, há ventos, e vice-versa. Isso ajuda a estabilizar a oferta de energia, garantindo suprimento contínuo e confiável, cujos benefícios ultrapassam a região, estendendo-se a todo o país;
- em caso de racionamento de energia, sua severidade (graças à fonte eólica) pode ser reduzida à metade. No curto prazo, o preço da energia (usado como sinalizador para novos contratos) cai entre 20% e 30%, dependendo da região. Também há significativa redução na volatilidade dos custos, principalmente no Nordeste." (...)
Wilma de Faria, governadora do Rio Grande do Norte (PSB) para a Folha, baseada no Estudo do Impacto da Implantação de Usinas Eólicas na Oferta de Energia do Sistema Interligado Nacional da associação Brasileira de Energia Eólica.
(...) "- a energia eólica custa entre R$ 200 e R$ 230 por MWh produzido. Funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano, usando um combustível de custo zero (a força dos ventos). É uma energia complementar à nossa energia de base, a hidroeletricidade, e, portanto, uma necessidade absoluta, principalmente pra região Nordeste;
- a fonte eólica é competitiva no Brasil, principalmente no Nordeste. O aproveitamento de apenas 20% do potencial já identificado na região seria capaz de tornar o nordeste independente em termos energéticos, além de transformá-lo em exportador de energia para as regiões vizinhas;
- chuva e ventos têm sazonalidade complementar: quando não há chuva, há ventos, e vice-versa. Isso ajuda a estabilizar a oferta de energia, garantindo suprimento contínuo e confiável, cujos benefícios ultrapassam a região, estendendo-se a todo o país;
- em caso de racionamento de energia, sua severidade (graças à fonte eólica) pode ser reduzida à metade. No curto prazo, o preço da energia (usado como sinalizador para novos contratos) cai entre 20% e 30%, dependendo da região. Também há significativa redução na volatilidade dos custos, principalmente no Nordeste." (...)
Wilma de Faria, governadora do Rio Grande do Norte (PSB) para a Folha, baseada no Estudo do Impacto da Implantação de Usinas Eólicas na Oferta de Energia do Sistema Interligado Nacional da associação Brasileira de Energia Eólica.
Maria não pára II
E a mãe nunca entendia. Não é que a pequena não lhe ouvia. É que um milhão de vozinhas ecoavam dentro dela, e nunca em coro. Cada uma tentava impor seu tom, e cada tom vencedor era uma ordem diferente pra Maria.
Daí a capacidade da menina de num minuto sentir-se deusa e no outro, trapo: um milhão de vozes eram um milhão de estados de espírito.
Já a mãe... ah! A vida fixou-lhe as expressões do rosto e as emoções que antes o modificavam. Do café as 7 ao jantar as 7, o sorriso escorregadio, quase caindo do cantinho da boca, era ininterrupto como as horas que ditavam seu ritmo. Seu tom de voz também era sempre o mesmo. Mariquinha nunca saberia que ela era assim porque apenas uma das vozinhas - que a mãe também tivera aos milhares - venceu e tiranizou todas as outras. E também não podia imaginar que, se deixasse, também seria tomada por esse gesso.
Mas por que, painho, por que e como isso acontecia? Por que de gente, as pessoas passavam a ser máquinas, e, por fim, essas máquinas viravam objetos tão sem vida quanto aparadores de estantes cheias de páginas nunca abertas? Mais que isso: como voltar atrás?
Maria ainda não precisava pensar nisso. E a mãe já não podia: as horas impunham sua voz inquestionável.
Daí a capacidade da menina de num minuto sentir-se deusa e no outro, trapo: um milhão de vozes eram um milhão de estados de espírito.
Já a mãe... ah! A vida fixou-lhe as expressões do rosto e as emoções que antes o modificavam. Do café as 7 ao jantar as 7, o sorriso escorregadio, quase caindo do cantinho da boca, era ininterrupto como as horas que ditavam seu ritmo. Seu tom de voz também era sempre o mesmo. Mariquinha nunca saberia que ela era assim porque apenas uma das vozinhas - que a mãe também tivera aos milhares - venceu e tiranizou todas as outras. E também não podia imaginar que, se deixasse, também seria tomada por esse gesso.
Mas por que, painho, por que e como isso acontecia? Por que de gente, as pessoas passavam a ser máquinas, e, por fim, essas máquinas viravam objetos tão sem vida quanto aparadores de estantes cheias de páginas nunca abertas? Mais que isso: como voltar atrás?
Maria ainda não precisava pensar nisso. E a mãe já não podia: as horas impunham sua voz inquestionável.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
A gravura
Andando de carro com mais um de seus companheiros neutros, lhe vem a seguinte hipótese-imagem:
Cada ser humano que passou pela Terra é como algo que a tracejou de alguma forma. Um lápis, giz, carvão, pirógrafo, pincel, navalha... A atuação sobre o mundo identificava qual instrumento a pessoa tinha sido. Embora muitos fossem parecidos, cada um tinha sua sutileza -ou diferença gritante- que fazia o traço ser só seu. Curvo, reto, longo, descontínuo, torto, à esquerda, evanescente... A diversidade era incrível.
O planeta, essa tela finita, já tinha camadas e camadas de emaranhados sobrepostos. Era quase um Pollock. O desenho que hoje formava, não mais identificável, era criticado por alguns -precisamos de borrachas e de novos artistas!- e louvado por outros -esse caos é a verdadeira obra de arte. Que venham mais pinceladas, eternamente!
O traço que ela mesma fazia? Não tinha muita certeza, nem havia olhado para trás. Não se interessara. Gostava de ver os rabiscos dos outros.
Parando num sinal, o rapaz a seu lado pergunta:
-Por que tão quieta?
Ela olha para ele, vê aquela cara de caneta Bic comprada em qualquer mercado, e desanima.
-Por nada.
Cada ser humano que passou pela Terra é como algo que a tracejou de alguma forma. Um lápis, giz, carvão, pirógrafo, pincel, navalha... A atuação sobre o mundo identificava qual instrumento a pessoa tinha sido. Embora muitos fossem parecidos, cada um tinha sua sutileza -ou diferença gritante- que fazia o traço ser só seu. Curvo, reto, longo, descontínuo, torto, à esquerda, evanescente... A diversidade era incrível.
O planeta, essa tela finita, já tinha camadas e camadas de emaranhados sobrepostos. Era quase um Pollock. O desenho que hoje formava, não mais identificável, era criticado por alguns -precisamos de borrachas e de novos artistas!- e louvado por outros -esse caos é a verdadeira obra de arte. Que venham mais pinceladas, eternamente!
O traço que ela mesma fazia? Não tinha muita certeza, nem havia olhado para trás. Não se interessara. Gostava de ver os rabiscos dos outros.
Parando num sinal, o rapaz a seu lado pergunta:
-Por que tão quieta?
Ela olha para ele, vê aquela cara de caneta Bic comprada em qualquer mercado, e desanima.
-Por nada.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Literatura tic-tac
Literatura minimalista é como tic-tac: 2 horas de refrescância e sabor em apenas duas calorias. Exatamente o que precisamos.
Vai um aí?
"Rataplã é o gato siamês. Olho todo azul. Magro de tão libidinoso. Pior que um piá de mão no bolso. Vive no colo, se esfrega e ronrona.
- Você não acredita. Se eu ralho, sai lágrima azul daquele olho.
Hora de sua volta do colégio, ele trepa na cadeira e salta na janela. Ali à espera, batendo o rabinho na vidraça.
Doente incurável. O veterinário propõe sacrificá-lo. A moça deita-o no colo. Ela mesma enfia a agulha na patinha. E ficam se olhando até o último suspiro nos seus braços. Nem quando o pai se foi ela sentiu tanto."
Dalton Trevisan - "Ah, é?"
Vai um aí?
"Rataplã é o gato siamês. Olho todo azul. Magro de tão libidinoso. Pior que um piá de mão no bolso. Vive no colo, se esfrega e ronrona.
- Você não acredita. Se eu ralho, sai lágrima azul daquele olho.
Hora de sua volta do colégio, ele trepa na cadeira e salta na janela. Ali à espera, batendo o rabinho na vidraça.
Doente incurável. O veterinário propõe sacrificá-lo. A moça deita-o no colo. Ela mesma enfia a agulha na patinha. E ficam se olhando até o último suspiro nos seus braços. Nem quando o pai se foi ela sentiu tanto."
Dalton Trevisan - "Ah, é?"
Literatura à machadadas
"Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto. (...) A vantagem dos míopes é enxergar onde as grandes vistas não pegam."
Joaquim Maria Machado de Assis - A semana, Gazeta de Notícias.
Cem anos sem essas pérolas.
Joaquim Maria Machado de Assis - A semana, Gazeta de Notícias.
Cem anos sem essas pérolas.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Sentido
Um dia, ele entendeu:
'Décadas inteiras lutando pra conseguir pegar o coletivo que transporta essa massa chamada sociedade...
... e encontrar sentido somente naquilo em que ela proclama guerra; naquilo que ela nega, julga como fora de si.
Se é assim, aceito esse jogo de estar dentro do emaranhado de pessoas e regras a maior parte de minhas horas. Desde que eu tenha breves momentos em que possa sentir a vertigem do real. Momentos fora do tempo.
Aceito viver dessas migalhas. É esse o grande sentido.'
'Décadas inteiras lutando pra conseguir pegar o coletivo que transporta essa massa chamada sociedade...
... e encontrar sentido somente naquilo em que ela proclama guerra; naquilo que ela nega, julga como fora de si.
Se é assim, aceito esse jogo de estar dentro do emaranhado de pessoas e regras a maior parte de minhas horas. Desde que eu tenha breves momentos em que possa sentir a vertigem do real. Momentos fora do tempo.
Aceito viver dessas migalhas. É esse o grande sentido.'
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Vanguarda
Quando a ruptura já foi feita
romper novamente é conformismo?
(Semana de Arte Moderna: 86 anos atrás).
romper novamente é conformismo?
(Semana de Arte Moderna: 86 anos atrás).
Pausa - Mario Quintana
"Quando pouso os óculos sobre a mesa para uma pausa na leitura de coisas feitas, ou na feitura de minhas próprias coisas, surpreendo-me a indagar com que se parecem os óculos sobre a mesa.
Com algum inseto de grandes olhos e negras e longas pernas ou antenas?
Com algum ciclista tombado?
Não, nada disso me contenta ainda. Com que se parecem mesmo?
E sinto que, enquanto eu não puder captar a sua implícita imagem-poema, a inquietação perdurará.
E, enquanto o meu Sancho Pança, cheio de si e de senso comum, declara ao meu Dom Quixote que uns óculos sobre a mesa, além de parecerem apenas uns óculos sobre a mesa, são, de fato, um par de óculos sobre a mesa, fico a pensar qual dos dois - Dom Quixote ou Sancho? - vive uma vida mais intensa e portanto mais verdadeira...
E paira no ar o eterno mistério dessa necessidade de recriação das coisas em imagens, para terem mais vida, e da vida em poesia, para ser mais vivida." (...)
Com algum inseto de grandes olhos e negras e longas pernas ou antenas?
Com algum ciclista tombado?
Não, nada disso me contenta ainda. Com que se parecem mesmo?
E sinto que, enquanto eu não puder captar a sua implícita imagem-poema, a inquietação perdurará.
E, enquanto o meu Sancho Pança, cheio de si e de senso comum, declara ao meu Dom Quixote que uns óculos sobre a mesa, além de parecerem apenas uns óculos sobre a mesa, são, de fato, um par de óculos sobre a mesa, fico a pensar qual dos dois - Dom Quixote ou Sancho? - vive uma vida mais intensa e portanto mais verdadeira...
E paira no ar o eterno mistério dessa necessidade de recriação das coisas em imagens, para terem mais vida, e da vida em poesia, para ser mais vivida." (...)
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Afortunado
Enquanto
o poeta procura a palavra justa,
o fotógrafo, o enfoque perfeito,
o pintor, a matiz radiante...
...ele espera e assiste.
O exato sempre joga-se aos seus braços.
Se o vê na rua, acena, mesmo se distante,
ou o cumprimenta como a um bom amigo.
Mas ele está cansado disso.
Pintou seu quarto de branco, trancou-se à chave e deitou...
para que nada o atingisse.
E não é que surge um arco-íris na parede e a janela se abre revelando a ele uma infinidade de sons e cheiros?
Não adianta. Ele fora amaldiçoado pela perfeição.
o poeta procura a palavra justa,
o fotógrafo, o enfoque perfeito,
o pintor, a matiz radiante...
...ele espera e assiste.
O exato sempre joga-se aos seus braços.
Se o vê na rua, acena, mesmo se distante,
ou o cumprimenta como a um bom amigo.
Mas ele está cansado disso.
Pintou seu quarto de branco, trancou-se à chave e deitou...
para que nada o atingisse.
E não é que surge um arco-íris na parede e a janela se abre revelando a ele uma infinidade de sons e cheiros?
Não adianta. Ele fora amaldiçoado pela perfeição.
A história do Didjão
Uma da madruga.
E a oportunidade de ver dois gêmeos - daqueles bem muleques - vestidos de caipiras (camisa xadrez dentro da calça, cavanhaque mal-feito a lápis de olho, óculos de armação dourada), apoiados no cabo da vassoura, dizerem:
"Vamos contar pra você a história do Didjão."
Não havia pedido, nem sugerido.
A história em si não importa. Importa o happening.
Faz valer a insônia.
E a oportunidade de ver dois gêmeos - daqueles bem muleques - vestidos de caipiras (camisa xadrez dentro da calça, cavanhaque mal-feito a lápis de olho, óculos de armação dourada), apoiados no cabo da vassoura, dizerem:
"Vamos contar pra você a história do Didjão."
Não havia pedido, nem sugerido.
A história em si não importa. Importa o happening.
Faz valer a insônia.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Detalhes
São o que as pessoas expõem de si. Ou o que conseguimos ver delas.
Alguns nos inspiram quadros cubistas.
Outros, quebra-cabeças.
Outros, colchas de retalhos.
Num pintar, montar, construir ad infinitum. Sempre por fazer.
E outros, nunca nos damos o trabalho de unir.
Ficam melhores assim. Mais belos.
Alguns nos inspiram quadros cubistas.
Outros, quebra-cabeças.
Outros, colchas de retalhos.
Num pintar, montar, construir ad infinitum. Sempre por fazer.
E outros, nunca nos damos o trabalho de unir.
Ficam melhores assim. Mais belos.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Je vous salue, Marie - de Godard
" Do amor, só tive sua sombra, sim. Na verdade, a sombra de uma sombra. Como o reflexo de um lírio em um lago não parado, mas agitado pela ondulação da água. E assim o reflexo fica deformado, e não mais é o seu ser."
"-O que tem as formigas?
-Olivier achou um formigueiro. Ele instalou um sistema elétrico para mantê-las aquecida no inverno.
-Queria deixá-las acordadas no inverno na esperança de que usariam o tempo livre para inventar coisas.
- O quê?
- Música talvez."
"Acredito que o espírito atue sobre o corpo. O transfigure. O cobre com um véu que o mostra mais belo do que é. Pois o que é a carne sozinha? Alguém pode vê-la e só sentir nojo. Pode vê-la caída, bêbada... ou morta, no caixão. O mundo está cheio de carne, como a prateleira do vendedor. Fica cheia de velas quando chega o inverno. Mas só quando leva uma vela para casa e a acende, que ela lhe dá algum conforto."
" A terra e o sexo estão em nós. Lá fora só há estrelas."
"-O que tem as formigas?
-Olivier achou um formigueiro. Ele instalou um sistema elétrico para mantê-las aquecida no inverno.
-Queria deixá-las acordadas no inverno na esperança de que usariam o tempo livre para inventar coisas.
- O quê?
- Música talvez."
"Acredito que o espírito atue sobre o corpo. O transfigure. O cobre com um véu que o mostra mais belo do que é. Pois o que é a carne sozinha? Alguém pode vê-la e só sentir nojo. Pode vê-la caída, bêbada... ou morta, no caixão. O mundo está cheio de carne, como a prateleira do vendedor. Fica cheia de velas quando chega o inverno. Mas só quando leva uma vela para casa e a acende, que ela lhe dá algum conforto."
" A terra e o sexo estão em nós. Lá fora só há estrelas."
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Freud não explica
"They're terribly moody
Then all of a sudden turn happy
But, oh, to get involved in the exchange
Of human emotions is ever so satisfying
There's no map and
A compass
Wouldn't help at all"
Then all of a sudden turn happy
But, oh, to get involved in the exchange
Of human emotions is ever so satisfying
There's no map and
A compass
Wouldn't help at all"
domingo, 3 de fevereiro de 2008
Michel Houellebecq sobre Tocqueville - arte, o remédio para a democracia
"(...) Portanto, o maior inconveniente de uma democracia, para resumir Tocqueville, é a transformação de uma sociedade em um rebanho obediente, uniforme, de indivíduos não ligados entre si, unicamente ocupados com sua saúde e seu prazer. Com um controle social cada vez mais protetor, infantilizador. Em resumo, é a impossibilidade do aparecimento e do desenvolvimento de individualidades fortes.
Quando elas aparecem, se quiserem sobreviver, se quiserem acabar seus dias em outros lugares que não hospitais psiquiátricos, só têm uma única saída socialmente aceitável: lançar-se em carreira artística.
Em termos artísticos, assim que tentamos agradar, que buscamos o consenso, que nos afastamos do processo simples no qual um artista é direta e pessoalmente responsável por uma obra, caímos inevitavelmente na mediocridade.
Resumindo, a arte tem um funcionamento diametralmente oposto ao da democracia. Assim como para as frustrações ligadas ao desaparecimento das guerras temos o futebol, parece-me que, para as frustrações ligadas ao surgimento da democracia, temos um remédio que é a arte". (...)
Michel Houellebecq no mais! da Folha de hoje.
Quando elas aparecem, se quiserem sobreviver, se quiserem acabar seus dias em outros lugares que não hospitais psiquiátricos, só têm uma única saída socialmente aceitável: lançar-se em carreira artística.
Em termos artísticos, assim que tentamos agradar, que buscamos o consenso, que nos afastamos do processo simples no qual um artista é direta e pessoalmente responsável por uma obra, caímos inevitavelmente na mediocridade.
Resumindo, a arte tem um funcionamento diametralmente oposto ao da democracia. Assim como para as frustrações ligadas ao desaparecimento das guerras temos o futebol, parece-me que, para as frustrações ligadas ao surgimento da democracia, temos um remédio que é a arte". (...)
Michel Houellebecq no mais! da Folha de hoje.
Silence utopia
...
Talk to your ego, i won´t hear you. Only if you want me to.
Everything will be perfect!
Talk to your ego, i won´t hear you. Only if you want me to.
Everything will be perfect!
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
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