quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Afortunado

Enquanto
o poeta procura a palavra justa,
o fotógrafo, o enfoque perfeito,
o pintor, a matiz radiante...

...ele espera e assiste.
O exato sempre joga-se aos seus braços.
Se o vê na rua, acena, mesmo se distante,
ou o cumprimenta como a um bom amigo.

Mas ele está cansado disso.
Pintou seu quarto de branco, trancou-se à chave e deitou...
para que nada o atingisse.

E não é que surge um arco-íris na parede e a janela se abre revelando a ele uma infinidade de sons e cheiros?

Não adianta. Ele fora amaldiçoado pela perfeição.

Um comentário:

Wilson Guerra disse...

Afortunado. Tbém conhecido como Samurai Jedi, do Kurosawa!