Mal esperava pelo dia em que alcançasse a misteriosa parte de cima da televisão, onde os pais colocavam todas as coisas perigosas da sala. Alcançou e cansou-se delas.
Aos 12, sonhava com a liberdade que teria aos 18. Junto à maioridade, o primeiro emprego, as primeiras rugas e a liberdade de escolher entre suco de laranja ou limão.
Faculdade... quando viria a alforria? Veio em 5 anos (reprovou no terceiro); levou mais dois para arrumar um emprego que ao menos lhe garantisse férias.
Casou-se com quem pretendia há já ansiógenos 4 anos. Arrumou uma casinha, uns moveizinhos, um carrinho popular, uma dividazinha e um bom tecido adiposo. Mas e os filhos? Os tão esperados filhos...
Vieram às pencas em um intervalo de tempo de uma década. João Pedro, José Paulo, Ana Maria, Maria Carla. Gradação entre chupeta pra Pedro, chocalho pra Paulo, boneca pra Ana, caderno pra Carla. Nada pros pais, que sumiram atrás dos seus mil-e-um papéis assumidos, menos o de serem eles mesmos.
Os filhos cresceram, a dívida estabilizou-se, os peitos caíram e o resto já não sobe nem por reza. No colchão, uma linha divisória invisível - mas efetiva- entre os dois.
Eis que acorda no meio da noite, rememora tudo isso e decide ser espírita. Ahhh... quem sabe na próxima chance prefira brincar com os brinquedos que tem em mãos a ficar desejando o que está em cima da inatingível televisão.
Aos 12, sonhava com a liberdade que teria aos 18. Junto à maioridade, o primeiro emprego, as primeiras rugas e a liberdade de escolher entre suco de laranja ou limão.
Faculdade... quando viria a alforria? Veio em 5 anos (reprovou no terceiro); levou mais dois para arrumar um emprego que ao menos lhe garantisse férias.
Casou-se com quem pretendia há já ansiógenos 4 anos. Arrumou uma casinha, uns moveizinhos, um carrinho popular, uma dividazinha e um bom tecido adiposo. Mas e os filhos? Os tão esperados filhos...
Vieram às pencas em um intervalo de tempo de uma década. João Pedro, José Paulo, Ana Maria, Maria Carla. Gradação entre chupeta pra Pedro, chocalho pra Paulo, boneca pra Ana, caderno pra Carla. Nada pros pais, que sumiram atrás dos seus mil-e-um papéis assumidos, menos o de serem eles mesmos.
Os filhos cresceram, a dívida estabilizou-se, os peitos caíram e o resto já não sobe nem por reza. No colchão, uma linha divisória invisível - mas efetiva- entre os dois.
Eis que acorda no meio da noite, rememora tudo isso e decide ser espírita. Ahhh... quem sabe na próxima chance prefira brincar com os brinquedos que tem em mãos a ficar desejando o que está em cima da inatingível televisão.
7 comentários:
que medo...
pois é. tb tenho! O.o
Oloco Maíla! Tem gente que ainda "sonha" com tudo isso... obviamente com certas mudanças no fim, ou na escolha dos nomes...
aposto q vc não.
Huahauahauahauahauahaa... a conversão espírita foi a parte que mais gostei! :)
É sempre uma saída estratégica.
haha sabia q vc ia gostar dessa conversão espírita Wilson! sua cara! eu ainda gosto mais dos brinqudos embaixo da TV.
ah! eu não sonho com tudo isso, tenho pesadelos a cada minuto do dia... credo!
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