segunda-feira, 30 de junho de 2008

No meio-termo




(É pretensão vã buscar nas criaturas apenas a originalidade.
Só as percebem sensibilidades igualmente singulares,
tão escassas quanto flores no deserto.)

Aos que são flores, uma gota d'água é oceano.
Aos que são deserto, nem o Pacífico toca o peito.
Aos que são húmus, nem ressequidos nem delicados,
resta fazer brotar de si algumas pétalas passageiras.

Porém das flores, um sol mais forte retira o viço.
E do deserto, monção nenhuma devolve a vida.
Já quanto ao húmus, extremo algum lhe tange a cara.

Nem ressequidos, nem delicados:
percebem em partes e repelem em partes o mundo que avistam.
De pétala em talo à pétala no solo, vivem e deixam de viver.
No meio-termo, em meio ao medíocre.
Além do espinho, aquém do pleno

2 comentários:

O Desbunde disse...

à espera da primavera
sou flores
quando chega a primavera?

Wilson Guerra disse...

No hemisfério norte ou no hemisfério sul?
ráaaaaaaaahhh