(O semáforo fica vermelho)
- PARE!
- Tá, parei. E agora?
- Agora repare.
- Em quê?
- Só repare. Como se reparar fosse um verbo intransitivo.
...
...
- Gostou?
- Estranho. Mas bom.
- O que sentiu?
- Imensidão. Liberdade. Vácuo. Um pouco de desamparo, mas desamparo de mim mesmo: senti-me ao mesmo tempo o órfão e o pai que o renega. Diluí meus contornos no vazio, como se tivesse deixado de ser uma forma geométrica rígida. Como se eu fosse uma mancha disforme vagando no colorido da existência.
- Ótimo! Mas agora volte a ser um quadrado. O semáforo ficou verde.
- Estranho. Mas bom.
- O que sentiu?
- Imensidão. Liberdade. Vácuo. Um pouco de desamparo, mas desamparo de mim mesmo: senti-me ao mesmo tempo o órfão e o pai que o renega. Diluí meus contornos no vazio, como se tivesse deixado de ser uma forma geométrica rígida. Como se eu fosse uma mancha disforme vagando no colorido da existência.
- Ótimo! Mas agora volte a ser um quadrado. O semáforo ficou verde.
3 comentários:
É... vai quadrado. O trânsito tem que continuar!
chico buarque diria: "o trânsito contorna a minha cama"
e eu? estou tirando carta de motorista e não aguento mais a show woman que me dá aulas... um porre....
"escuto a correria da cidade que arde"...
o pior é ter carteira AB definitiva e só saber usar o "A" dela. Carro é um despropósito com essa minha noção distorcida de espaço (culpa do einstein).
mas fala a verdade: até instrutores-porre são melhores q aulas TEÓRICAS de direção defensiva.
é como explicar numa apostila como andar de bicicleta, como gostar de alguém em 7 passos, como alcançar a felicidade, como atingir um orgasmo. São coisas q só acontecendo pra saber como é.
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