quarta-feira, 26 de março de 2008

Dádiva do eterno retorno

Atrasada quatro, cinco anos? Pode até ser. Talvez apenas adiantei algo que faria mais oportunamente daqui uns vinte ou trinta anos. Pensando bem, depois de tanto tempo eu já teria desistido. Foi só um papel-diploma? Só verei a importância dele no encaminhar de meu futuro próximo - isso se tiver uma importância outra que não glamour. Mas pensar dessa forma é ser instrumentalista demais. Procurar um objetivo de curto prazo em tudo o que se faz é uma heresia.

Desses anos todos, duas coisas ao certo: o olhar mais claro e o passo mais firme. Nada como, no correr da vida, sentar numa pedra pra pensar na jornada atrás de si, e só então recomeçar. Andar por uma trilha sem contemplar a paisagem é ir contra o princípio que leva um aventureiro a percorrê-la. Nessa minha pausa de quatro anos, vi das cenas mais sublimes, que me nutrirão pelo resto de meus dias. Agora que me recomponho e volto a andar, posso dizer que tenho a plenitude que um aventureiro nunca teve, apesar de estar muito à minha frente no caminho: ele sempre correu de olhos fechados.

O demônio nietzscheano, aquele que traz a sentença de que a vida irá se repetir infinitamente exatamente como foi feita até agora, seria pra mim, hoje, um deus de grandes dádivas. Non, je ne regrette rien.

2 comentários:

Wilson Guerra disse...

Magnifique! Très magnifique.

Wilson Guerra disse...

ps.: e se fosse um pouco menos "apavorada" teria apreciado a paisagem um pouco mais ihihihi