quinta-feira, 29 de maio de 2008

O Santo e a Porca

Sócrates (Grécia clássica):
"Conhece-te a ti mesmo"

Eu (aqui, na "pólis" típica):
Agüenta-te a ti mesmo, infeliz.
...


Santo Agostinho (período patrístico, primórdios do feudalismo):
"Senhor, dai-me a castidade e a continência - mas não agora."

Eu (aqui, no período burguês com resquícios feudais):
Senhor, dai-me a reflexão e a paz interior - mas não agora.
Uns trocados, quem sabe, seriam de bom grado.
...


Blaise Pascal (modernidade, apesar de dissonar nela):
"O homem não passa de um caniço, o mais fraco da natureza, mas um caniço pensante. Não é preciso que o universo arme-se para esmagá-lo: uma vapor, um gota de água basta para matá-lo. Mas mesmo que o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que o que o mata, pois sabe que morre e a vantagem que o universo tem sobre ele; o universo desconhecesse isso."

Eu (aqui, na contemporaneidade dissonante):
Por favor, me esmague. Porque não consigo parar de pensar e já não agüento mais tanta insônia. Minhas olheiras não me tornam mais nobre que o universo.

2 comentários:

O Desbunde disse...

as minhas olheiras chegam antes de qquer coisa. aprendi a gostar delas. sem minhas olheiras nada sou, pq elas são exatamente aquilo que sou... resquícios de noites mal dormidas, insônias, destemperos, agonias....

Rudah A. L. disse...

Tuas olheiras já estão negras como o universo? hahahahahahahhaha

Gostei do texto! Em especial a parte do Agostinho...