segunda-feira, 19 de maio de 2008

Poetas

Há pessoas que elogiam por carência e egocentrismo. Por carência, querem que o outro reconheça a beleza do que foi dito. Por egocentrismo, o que dizem se refere mais às suas capacidades que às qualidades dos elogiados.

Preferem ser poetas, ainda que ocos, a amantes.
E como são tristes, ainda que belos, os poetas.

Até conhecerem alguém imune aos seus cantos de sereia, porque vê o vazio por dentro do veludo que os esconde. E a amnésia lhes toma, fazendo-os esquecer das notas com que embriagavam quem os ouvia. Tentam falar daquilo que antes entoavam e nunca sentiam, mas só saem vespas de suas bocas. Assim sem versos, viram cinza e pó, sem fênix ao fim.

Pois como são tristes, ainda que belos, os poetas! Entoa-dores.