Mas a fofíssima pediu, então lá vai:
Exemplos dessa riqueza se mostraram desde o trajeto entre o Mercado Municipal, onde desceram os visitantes maringaenses, e o palco da avenida São João, onde pisaram Cesária Évora, Gal Costa, Mutantes, Zé Ramalho e outros nomes de peso. Só entre os quinhentos metros percorridos entre a Ipiranga e o referido palco, era possível ver bares requintados, salões de beleza populares, cinemas eróticos e a Igreja Internacional da Graça de Deus, de onde o missionário R. R. Soares apresenta o Show da Fé.
A pluralidade cultural faz parte do cotidiano paulistano. E ela foi confirmada nesse evento que reuniu aproximadamente 4 milhões de pessoas, com 26 palcos só no centro. A presença de tribos urbanas distintas não deu origem a nenhum contratempo do porte da Virada do ano passado, quando houve confusão durante o show dos Racionais MC´s. Críticas, talvez aos banheiros químicos, que não impediram que a urina corresse pelas calçadas, e aos problemas inevitáveis a qualquer aglomeração de pessoas.
Entre a multidão que se empurrava e os artistas, organizadores, imprensa, celebridades e convidados desfrutavam de um espaço privilegiado em frente a cada palco. Ali era possível ver, por exemplo, o olhar fixo do cineasta Cao Hambúrguer nos pés descalços de Cesária Évora. A alguns metros dele, uma comissão de cabo-verdianos reverenciava a conterrânea, empunhando a bandeira azul estrelada.
Ouvir de Gal a comparação entre o evento e os festivais de músicas dos tempos do tropicalismo, ver a baterista dos Mutantes enérgica a ponto de quebrar a baqueta, presenciar Arnaldo Antunes descer do palco para conversar com os presentes foram alguns dos momentos ímpares que serão preservados na memória de quem pôde conferir a Virada.
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