quinta-feira, 1 de maio de 2008

Desabafo

Um dia me obrigaram a ouvir isso, ou algo parecido:

"Aqueles que estudaram em escola privada serão os futuros empresários, presidentes de corporações, grandes nomes entre os profissionais liberais, industriais. A eles, o acesso a boas faculdades é mais garantido. Porém o fato de que ocuparão altos cargos não os dispensa da preocupação com a qualidade do ensino gratuito, porque é daí que virão seus funcionários. Ninguém quer funcionário desqualificado."

Pode até ser fato, mas não regra. Se tomado como regra, esse pensamento é mais justificativa de uma divisão social estamental. E o pior: usa a máscara da responsabilidade social.
Dá até pra fazer uma inversão, que seria aplicável a muitos casos que conheço. Que uma escola privada fornece mais conteúdo é inegável. Mas exatamente por isso, por "dar na boca, mastigadinho", a curiosidade, possibilidade de autodidatismo e a sede de conhecimento podem ser abafadas. Para quem tudo veio em doses mirradas a vontade aumenta, e o vigor para correr atrás também.

Isso não é uma regra. Tem até mais cara de exceção. Mas só por existirem alguns desses casos, cai por terra a lógica da imobilidade. Isso sem contar que eu vi muito mais qualidade humana no ensino público. O que também não é regra, mas fato.

Pronto! Desabafei.
É que me deu ódio ouvir aquilo.


2 comentários:

Wilson Guerra disse...

O discurso da ordem. E que a classe média agora. Por isso que, quando vejo ela se estrumbicando, penso em seu habitat natural: "amo muito tudo isso" hauahauaahauaha

Wilson Guerra disse...

* a classe média aDora